Depredadores acampam no Rio Verde sob a leniência das autoridades.

O Rio Verde.
Foto: wwwjosevaldir.blogspot.com
Chico Nery. Porto Velho Rondônia – Como não bastassem os loteamentos irregulares em áreas nobres do município de Porto Velho, surgem novas agravantes contra grupos econômicos ligados ao agronegócio turístico e madeireiro que avançam sobre as áreas de proteção ambiental das comunidades que formam o bioma do Rio Verde, a 70 quilômetros desta Capital. Encrustado no entorno dos santuários ecológicos dos rios Candeias e Jamari, respectivamente, Rio Verde é considerado nos meios acadêmicos modernos rondonienses, “como os dois mais importantes e estratégicos afluentes diretos do Rio Madeira, além de uma das últimas bacias do Rio Amazonas, mas com até 30% do seu ecossistema já devastado”.
A três semanas, de acordo com ativistas sociais e ambientalistas contrários à proliferação de mega-condomínios aquáticos ao longo daquele rio e região, aumentaram as denúncias de que “o bioma do Verde passou a dar sinais de debilidade haja vista o avanço dos números de desmatamentos ilegais, aumento indiscriminado da pesca predatória, poluição e outros crimes ambientais”, o que pode contribuir com o tão temido assoreamento do Verde e seus mananciais.
Cerca de quinze novos focos de extração ilegal madeira nobre [Angelim Pedra, Andirobeira, Copaibeira, Massaranduba, Garapeira, Cedro Comum e outras espécies ainda catalogadas] já foi mapeada por órgãos de fiscalização e controle ambiental. A ação criminosa é atribuída a lenhadores [artesanais] e a madeireiros, supostamente sob contratos de padarias e revendas de madeira da Capital. Destes, mais de 90% dos ilegais parece não temerem a ação da SEMMA, SEDAM e do IBAMA.
Conforme um dos fiscais voluntários indicado pelas comunidades – a identidade não foi revelada por causa de represálias e intimidações - “os bacanas vêm da Capital nos finais de semana, fecham o rio com malhadeiras gigantes do tipo 5 ou menores, pegando todas as espécies, entre as quais, Jatuarana, Tucunaré, Pacu, Piau,Tambaqui e até Pirarucu”, ele revelou a este site de notícias desolado pelas denúncias não terem encontrado eco os palácios Tancredo Neves e Presidente Vargas.
Lanchas velozes – e até iates de luxo - transportando turistas, pescadores e banhistas cobrem todo o Rio Verde. A maior incidência ocorre nos finais de semana e feriados. A maioria é de embarcações, provavelmente, sem registros na Capitania dos Portos [Delegacia Fluvial de Porto Velho, órgão vinculado ao IV Distrito Naval sediado em Manaus]. Apelo nesse sentido já foi feito às autoridades, mas nenhuma resposta foi dada à comunidade.

SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO? As advertências aos ilegais, de acordo com parte dos Fiscais da Floresta – supostamente, liberada pelo Ministério do Meio Ambiente [MMA] e INCRA em caráter privado - “os ilegais voltam-se contra a gente e ameaçam até de prisão porque não sabemos com estamos falando”, desabafam. Paralelamente a esse tipo de insurgência, eles dizem que, “o maior festival de irregularidades fica por conta do roubo de madeiras, pesca predatória e a construção dos chamados mega-condomínios aquáticos, uma péssima imitação dos similares da região dos Lagos, no Rio de Janeiro e o Tênis Clube e Marina de Santos, em São Paulo ”, ironizam ativistas e ambientalistas com forte atuação no bioma do Rio Verde.
XICO NERY é Repórter Investigativo. Atua no AC, RO, AM, MT, Brasília e Países Andinos.


O Rio Verde. Foto: wwwjosevaldir.blogspot.com



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