Madeireiras clandestinas fechadas em Rondônia


Em 3 anos, cerca de 300 madeireiras clandestinas foram fechadas em RO
Dados são da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia. Empresas legalizavam madeiras extraídas de forma ilegal no estado.

De Ivanete Damasceno do G1 RO - Nos últimos três anos, cerca de 300 madeireiras que atuavam de forma clandestinas foram fechadas em Rondônia, segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental (Sedam). O fechamento desses empreendimentos evita a legalização da madeira extraída ilegalmente. Em 2011, a fiscalização encontrou cerca de 200 madeireiras clandestinas, em 2012 foram cerca de 50 e em 2013 esse número caiu para cerca de 40. Atualmente, existem cerca de mil madeireiras em todo o estado.
Lucindo Martins dos Santos, coordenador de proteção ambiental da Sedam, explica que os representantes dessas madeireiras procuravam o órgão para se tornarem empresas legalizadas, mas na verdade nunca existiram. “A atividade delas era a venda de papel. Eles tinham a documentação, mas não extraíam madeira. Compravam, apenas no papel, a sobra de outras e legalizavam madeiras extraída ilegalmente”, diz o coordenador.
A madeireira deveria ter uma sede, o que não acontecia, segundo Lucindo. Quando a fiscalização vai verificar a regularidade da atividade, percebe que trata-se apenas de comercialização de papel. “Eles pagam taxas, emitem relatórios falsos, mas na verdade não existem”, afirma Lucindo que explica que uma outra madeireira, que tem atividade regular, possui manejo de cerca de 30 mil metros cúbicos de madeira para extrair e vender.
Durante Operação Hileia Pátria em 2013, mais de
5 mil metros cúbicos de madeira foram apreendidos em Rondônia
(Foto: Divulgação/Ibama)
No entanto, ao explorar apenas 20 mil cúbicos, ainda sobram 10 mil que são vendidos, apenas no papel, para esta empresa fantasma. “Na verdade, a madeira nunca foi extraída e nem vendida. Houve apenas venda de papel que acorbertava a madeira que vinha de reserva, explorada ilegalmente”, explica.
A fraude, segundo Lucindo, gira em torno dessa sobra proporcionada pelo sistema de autorização de manejo. Quando detectada, as duas empresas que fizeram a comercialização são penalizadas e encaminha-se a denúncia para o Ministério Público e a Delegacia Especializada em Crimes contra o Meio Ambiente (Decma) para haver uma responsabilização criminal.
"Um único homem derruba até cinco hectares de floresta por dia com um motosserra. Como a área é muito extensa para fiscalizar e eu não tenho um sistema de monitoramento em tempo real, dificulta a nossa ação", afirma Lucindo em relação ao estrago que pode ser feito pela extração ilegal de madeira.
Lucindo alerta no entanto, que algumas das empresas que foram consideradas fantasmas, estavam desativadas, mas o proprietário não deu baixa na Sedam, o que precisa ser feito.

De Ivanete Damasceno do G1 RO (21.1.14)
Governo de RO diz que estado não precisa mais desmatar para produzir
Sedam afirma que Rondônia chegou ao limite de desmatamento.Produtores rurais devem utilizar tecnologias para aproveitar áreas degradadas.

“Nós chegamos no limite do desmatamento no estado”, diz Lucindo Martins dos Santos, coordenador de proteção ambiental da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) em Rondônia. Segundo o coordenador, o estado não precisa mais desmatar nenhum hectare para produzir. Porto Velho, Cujubim e Machadinho D’Oeste foram os líderes do desmatamento ilegal em 2013 no estado que desmatou cerca de 21% a mais no ano passado, se comparado a 2012. Ações de conscientização estão sendo desenvolvidas pelo Estado para aproveitar as áreas já degradadas.

Tratores são apreendidos durante operação contra desmatamento ilegal em RO (Foto: Paulo Diniz/Divulgação)
Tratores são apreendidos durante operação contra
desmatamento ilegal em RO. (Foto: Paulo Diniz/Divulgação)
Lucindo diz que são vários os fatores que contribuem para o desmatamento. Dentre eles, a expansão agrícola, onde o pequeno produtor vende sua terra legalizada, para um grande produtor, por um preço mais elevado, e compra uma área de floresta, por um preço menor. “O camarada pensa: Eu não vou comprar floresta para manter em pé. Aí, ele não vai ao órgão ambiental pedir autorização e derruba o que não poderia. E se ele está recomeçando, ele precisa produzir, por isso desmata”, frisa.
Hoje, nós não precisamos desmatar nem um hectare para produzir. Nós precisamos é adquirir tecnologia para utilizar as áreas desmatadas de forma racional"
Lucindo Martins dos Santos, coordenador de proteção ambiental da Sedam
Em outros casos, há ainda a expansão pecuária, quando o produtor deixa de cuidar do solo e ele fica fraco para o pasto, sendo obrigado a procurar outras áreas. Lucindo cita ainda a especulação imobiliária, onde uma empresa ou pessoa compra uma área de floresta, derruba, faz os lotes e vende. Além disso, há ainda as pessoas que desmatam um ou dois hectares. “O nosso maior problema é o somatório de pequenas quantidades. Parece pouco para uma unidade, mas o somatório é uma área muito grande”, diz o coordenador.
“Hoje, nós não precisamos desmatar nem um hectare para produzir. Nós precisamos é adquirir tecnologia para utilizar as áreas desmatadas de forma racional", enfatiza Lucindo. Ele ressalta que os produtores rurais, pecuaristas precisam buscar tecnologias para melhor aproveitamento das áreas já degradadas e procurar orientação na própria Sedam.
De acordo como setor de educação ambiental da Sedam, já existem projetos que estão sendo desenvolvidos em comunidades rurais para que os produtores possam fazer melhor aproveitamento dessas áreas degradadas, sem a necessidade de desmatar. "Nós estamos levando às comunidades, alternativas, formas de melhoria destes solos. É um trabalho de conscientização", afirma Eliezer Oliveira, coordenador de educação ambiental da Sedam.

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