Romaria do Trabalhador Clama pelo Cuidado com a Casa Comum em Porto Velho


                         
foto: Nádia Moura

           Com o tema “Acolher a Justiça e a misericórdia de Deus no coração e na Casa Comum”, a Arquidiocese de Porto Velho, realizou sua 17ª Romaria do trabalhador, no ultimo domingo, 1º de maio, dia internacional dedicado aos trabalhadores.

foto: Nádia Moura
         Organizada pelas paróquias de Santa Luzia e São José Operário, a romaria já se tornou tradição na cidade, envolvendo todas as demais paróquias, segmentos e pastorais.  A cada ano se reza e se discute tema relacionado ao tema da Campanha da Fraternidade. Este ano com o tema: Acolher a Justiça e a misericórdia de Deus no coração e na Casa Comum, a Romaria quis despertar no coração de todos os cristãos e no coração da sociedade de modo geral, um espírito de justiça e de misericórdia, fazendo da nossa Casa Comum um lugar onde jorra leite e mel para todos os povos.

         Foram centenas de romeiros e romeiras, que estiveram presentes na caminhada, bem como da pessoa do Arcebispo Dom Roque Paloschi e de vários presbíteros, religiosos e religiosas da Arquidiocese.

         Durante a caminhada o tema da romaria foi sendo refletido dentro do método VER, JULGAR E AGIR.
foto: Nádia Moura
         Após a caminhada, com cantos e muita animação, os romeiros foram sendo acolhidos na Paróquia de São José Operário, onde houve a solene Celebração da Santa Missa, presidida por Dom Roque. Padre Jaime, pároco anfitrião, deu as boas vindas a todos e todas, passando a palavra a Dom Roque para que desce continuidade da celebração.
          Em sua homilia, o arcebispo falou da necessidade de mudança de consciência e comportamento diante do cuidado com a Casa Comum e falou do gesto concreto realizado durante a campanha da fraternidade deste ano, que foi um mutirão de coleta de lixo em alguns bairros da cidade.  Parabenizou a equipe que durante a caminhada vinha catando o lixo nas ruas. Relembrou ainda do número elevado de trabalhadores desempregados e dos diversos momentos de luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho.

Veja na íntegra a reflexão da caminhada.

foto: Nádia Moura
Rezamos com nossa memória: As marcantes histórias de luta dos trabalhadores lembradas a cada primeiro de maio mexem com os outros 364 dias do ano. Muito mais do que um feriado, essa data tem por objetivo chamar os trabalhadores e trabalhadoras para uma profunda reflexão sobre direitos adquiridos, senso de cidadania e união popular.
Surgiu a partir de uma grande mobilização de trabalhadores da indústria, de Chicago – Estados Unidos, que foram às ruas em 1º de maio de 1886, reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias, culminando numa grande greve geral dos trabalhadores e num confronto com a polícia resultando em muitas mortes e centenas de feridos.
Digamos juntos: O trabalho garante a dignidade e a liberdade do ser humano.
Foram dias marcantes na história da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho.
foto: Nádia Moura
Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital Francesa em 20 de junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano.
Aqui no Brasil, somente em setembro de 1925 que esta data se tornou oficial, com um decreto do presidente Artur Bernardes. Em 1º de maio de 1940, Getúlio Vargas instituiu o salário mínimo e em 1941 foi criada a Justiça do Trabalho, tudo isso graças ao esforço e a luta dos trabalhadores. Não por acaso, a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) no Brasil foi anunciada no dia 1º de maio de 1943.
Digamos juntos: O trabalho garante a dignidade e a liberdade do ser humano.

Canto: Deus também é trabalhador

Pai Nosso – Ave Maria- Glória ao Pai

VER:
Digamos juntos: Acolher a Justiça e a misericórdia de Deus no coração e na Casa Comum.
Nossa Casa Comum clama por justiça e por misericórdia, o que está acontecendo com a nossa casa, nos questiona o Papa Francisco no primeiro capítulo de sua Encíclica – Laudato Si’ – sobre o cuidado da Casa Comum. Poluição e mudanças climáticas, resíduos e cultura do descarte, que afeta tanto os seres humanos excluídos como as coisas que se convertem rapidamente em lixo.
“Vivemos a cultura do descarte. Isso acontece quando, no centro de um sistema econômico, está o deus dinheiro e não o ser humano. Sim, no centro de todo sistema social o econômico, tem que estar a pessoa, imagem de Deus. Quando a pessoa é deslocada entra o deus dinheiro, desta forma dá-se a inversão de valores.” Afirmou O Papa Francisco.
foto: Nádia Moura
Ó Deus ajudai-nos a responder os apelos de nossa Casa Comum que clama por Justiça e Misericórdia. Amém.
Para explicar essa afirmação, o Papa contou essa história: “Lembro um ensinamento de cerca do ano 1200. Um Rabino Judeu explicou aos seus fies a história da torre de babel e, então, contava como, para construir essa torre de babel, era preciso fazer muito esforço. Era preciso fazer os tijolos e para fazer os tijolos, era preciso fazer o barro, trazer a palha e amassar o barro com a palha; cortá-lo em quadrado e secá-lo; depois colocar o tijolo no forno, só mais tarde construir a torre.
Se um tijolo caía (o tijolo era muito caro, com todo esse trabalho) era quase uma tragédia nacional. Aquele que deixara cair era castigado ou suspenso, ou não sei o que faziam. Se um operário caía não acontecia nada. Isso é, quando a pessoa está a serviço do deus dinheiro.
Ó Deus ajudai-nos a responder os apelos de nossa Casa Comum que clama por Justiça e Misericórdia. Amém.
Nossa Casa Comum clama por justiça e por misericórdia. Infelizmente, a atual organização sistemática de nossa sociedade faz com que no trabalho haja enraizadas e complexas formas de injustiça, exploração, opressão, não realização e libertação, de grande parte do nosso povo.
Número de desempregados no Brasil chega a 9,1 milhões de pessoas, informa o IBGE, dados em novembro do ano passado, mostram que houve aumento de 41,5% no total de desocupados em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Em 2016, o relatório da Organização Internacional do trabalho (OIT), afirma que o Brasil terá 700 mil novos desempregados.
Ó Deus fazei brotar no coração de todos os cristãos, no coração da sociedade um espírito de justiça e de misericórdia, fazendo da nossa casa comum um lugar onde jorre leite e mel para todos os povos de forma igualitária. Amém
 
Canto:

Pai nosso e Ave Marias...

JULGAR:
Digamos juntos: Acolher a Justiça e a misericórdia de Deus no coração e na Casa Comum.
Louvamos a Deus porque na beleza da criação obra de suas mãos, resplandece o sentido do trabalho na sua criação. Jesus, o carpinteiro (Mc.6,3), dignificou o trabalho e o trabalhador, constituindo uma dimensão fundamental de nossa existência na terra.
O trabalho garante a dignidade e a liberdade do ser humano, e é provavelmente a chave essencial de toda a questão social.

Todos: Nenhum camponês sem Terra, nenhuma família sem Teto, nenhum trabalhador sem Direitos.
O desemprego, a injusta remuneração pelo trabalho e o viver sem querer trabalhar são contrários ao desígnio de Deus. Dar ao trabalhador, o justo reconhecimento de seus direitos e deveres, desenvolve a cultura do trabalho e denuncia toda injustiça.

Todos: Nenhum camponês sem Terra, nenhuma família sem Teto, nenhum trabalhador sem Direitos.

Louvamos a Deus pelos talentos, estudos e decisão de homens e mulheres para promover iniciativas e projetos geradores de trabalho, produção e renda, que elevam a condição humana ao bem estar da sociedade.
A atividade empresarial é boa e necessária quando respeita a dignidade do trabalhador, o cuidado do meio ambiente e se orienta para o bem comum. Quando visa buscar somente o lucro, atenta contra os direitos dos trabalhadores e da justiça.

Ó Pai neste Ano Santo da Misericórdia, ajudai-nos a termos um espírito de justiça e de misericórdia, estendendo o nosso trabalho em prol da nossa casa comum. Amém.
Lembramos aqui de nossos irmãos trabalhadores sem Terra que conforme os dados da comissão Pastoral da Terra, somente em 2015, 20 (vinte) trabalhadores foram ceifados, lembramos também dos irmãos indígenas que lutam incansavelmente na defesa de seus territórios, fonte de trabalho e de vida. Tantos trabalhadores que perderam a vida, tendo que trabalhar em condições análoga a de escravos.

Ó Pai ajudai-nos a não sermos indiferentes com os nossos irmãos mais injustiçados, desperta em nós um coração justo, misericordioso e atento aos apelos da nossa casa comum. Amém.

Canto:

Pai Nosso, Ave Maria...

AGIR
Todos: Acolher a Justiça e a misericórdia de Deus no coração e na Casa Comum.
A primeira tarefa é pôr a economia ao serviço dos povos. Os seres humanos e a natureza não devem estar a serviço do dinheiro. Não a uma economia de exclusão e desigualdade, onde o dinheiro reina em vez de servir. Esta economia mata. Esta economia exclui. Esta economia destrói a Mãe Terra. (Papa Francisco, na carta aos movimentos sociais).
Todos: O nosso planeta é o único que temos para viver e morar. Esse planeta chamado Terra é a casa comum de toda a humanidade. É o lugar que Deus fez, com carinho, para nós e para nossos filhos.

Atualmente quase todas as nações do mundo estão enfermas, produzem má qualidade de vida para os seres humanos e os demais seres da natureza. Tudo em razão do chamado progresso. E a nossa comunidade como cuida deste chão? Da nossa Casa Comum?
Queremos uma mudança nas nossas vidas, nos nossos bairros, no vilarejo, na nossa realidade mais próxima; Uma mudança que toque também o mundo inteiro, porque hoje a interdependência global requer respostas globais para os problemas locais. A globalização da esperança, que nasce dos povos e cresce entre os pobres, deve substituir esta globalização da exclusão e da indiferença (Palavras do Papa Francisco).

Todos: Despertai-nos Senhor para o amor e dai-nos a graça de viver e promover a unidade na face da terra. Amém

Canto:

Pai Nosso... Ave Maria...

Conclusão com a oração do trabalhador

Mulheres: Ó Pai, nós Vos louvamos porque Vos revelastes como trabalhador, criando, conservando a criação e chamando-nos para aperfeiçoá-la.  Vosso Filho e nosso irmão, Jesus também trabalhou com suas mãos, sentiu a resistência da matéria, o cansaço do corpo e o suor do rosto.

Todos: Nós vos agradecemos pelo trabalho que podemos fazer no campo e na cidade. Por ele ganhamos o pão para nós e para nossas famílias.

Homens: Dai-nos compreender que nossos irmãos trabalhadores mais sofridos formam o corpo crucificado do Senhor Jesus, que grita e quer ressuscitar na fraternidade e na liberdade. Nunca nos deixeis esquecer que, pelo trabalho, ajudamos a construção do vosso Reino que já começa aqui na terra e se completará com a vinda gloriosa do Senhor.

Todos: Tudo isso vos pedimos ó Pai, que trabalhais desde toda a eternidade, por vosso Filho e nosso Irmão Trabalhador, na força do Espírito Santo. Amém!

Ajudai-nos a termos um espírito de justiça e de misericórdia, estendendo o nosso trabalho em prol da casa comum. Amém. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTA PÚBLICA - HOMENAGEM RIDICULARIZA RONDÔNIA E ESTIMULA A CRUELDADE CONTRA AS MINORIAS.

Santo Antônio do Matupi, no Km 180 da transamazônica.

O acidente das usinas que nos esconderam